Wednesday, February 20, 2008

Juno


Em uma entrevista que diz há um ano atrás, a jornalista e cineasta Ana Maria Bahiana me falou sobre a diferença entre um “bom filme” e um “grande filme”, já citado aqui na análise sobre “Conduta de Risco”. Na ocasião, ela falava de “Pequena Miss Sunshine”.

Alardeado pela crítica como uma espécie de sucessor de “Miss Sunshine” por ser um filme independente que conquistou o público e a academia, sendo indicado ao prêmio máximo do Oscar, o de Melhor Filme, “Juno” traz bons momentos e um roteiro bem amarrado e criativo, mas sem o brilho da saga da menina que percorre os Estados Unidos de van para vencer um concurso de beleza.

Neste, Juno é uma típica adolescente de 16 anos que descobre estar grávida e decide entregar o filho para adoção assim que ele nascer. Sem fazer grandes dramas ou trazer grandes sofrimentos, o filme aposta na leveza e vai mostrando o passar da gravidez e os conflitos de uma adolescente nesse período através da passagem das estações do ano.

Com um começo que soa um pouco forçado, o filme vai conquistando o espectador aos poucos, quando vai conseguindo que a história fique mais envolvente e emocionante, sem cair na pieguice ou no clichê. As interpretações são todas no tom certo e dão graça ao filme, com um roteiro criativo que entretém na medida certa.

O melhor de Juno é, porém, a forma como o filme não julga atitudes ou valores e mostra como acontecimentos não precisam virar grandes dramas ou tragédias. Gostoso de assistir, o filme definitivamente não é o melhor do ano e não chega a ser um grande filme, mas o bom dele é exatamente essa despretensão em não ser o que é: bom, simplesmente.

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