Filmes do semestre

O site "Liga dos Blogues Cinematográficos" realiza eleições dos filmes do semestre. Os participantes elegem os 10 melhores e os 5 piores que viram dos filmes lançados nos últimos seis meses. Apesar de eu não fazer parte do site, achei divertido fazer. Aqui vai minha lista:

Os 10 melhores:

1º Babel, de Alejandro González Iñárritu
2º Alpha Dog, de Nick Cassavetes
3º Proibido Proibir, de Jorge Durán
4º A rainha, de Stephen Frears
5º Ventos da Liberdade, de Ken Loach
6º Notas Sobre um Escândalo, de Richard Eyre
7º Pro dia nascer feliz, de João Jardim
8º Zodíaco, de David Fincher
9º Diamante de Sangue, de Edward Zwick
10º Borat, de Larry Charles

Os 5 piores:

1º Número 23, de Joel Schumacher
2º Hollywoodland: Bastidores da Fama, de Allen Coulter
3º A Estranha Perfeita, de James Foley
4º Letra e Música, de Marc Lawrence
5º Cão Sem Dono, de Beto Brant e Renato Ciasca

Os outros filmes lançados que eu assiti (na ordem de preferência):

Maria Antonieta, de Sofia Coppola
Pecados íntimos, de Todd Field
O Hospedeiro, de Bong Joon-ho
Sunshine – Alerta Solar, de Danny Boyle
Scoop ­ O Grande Furo, de Woody Allen
Homem-Aranha 3, de Sam Raimi
Mais Estranho que a Ficção, de Marc Forster
Lady Vingança, de Chanwook Park
O Cheiro do Ralo, de Heitor Dhalia
O Passageiro – Segredos de Adulto, de Flávio R. Tambellini
A Família do Futuro, de Stephen Anderson
Caixa Dois, de Bruno Barreto

Focado

Harry Potter e a Ordem da Fênix (Harry Potter and the Order of the Phoenix; Inglaterra/2007)

Transformar um livro de 700 páginas em 140 minutos de filme é uma tarefa difícil. Não importa quantas pessoas estejam envolvidas, o roteiro sempre vai precisar seguir por um só caminho ou priorizar determinadas coisas. É o que acontece com "Happy Potter e a Ordem da Fênix". Para deixar o filme coerente e adaptá-lo ao tamanho determinado, os roteiristas decidiram focar a história no protagonista que dá título à série. Com isso, a história da Ordem da Fênix, as tramas paralelas e até mesmo a Ordem de Fênix foram sendo suprimidas e diminuíram consideravelmente.

Apesar disso, o livro faz juz às confusões mentais e sentimentais que o protagonista passa no livro. Algumas normais aos adolescentes, outras que só o bruxo mais famoso do mundo teria. Ao escolher se concentrar nele, o filme mostra bem a evolução do personagem e prepara para o que virá.

O filme empolga, tem efeitos especiais de primeira linha e uma direção impecável. Tomadas aéreas do castelo, tudo muito bem cuidado e planos que fogem do óbvio estão presentes. O elenco continua afiadíssimo, com atuações perfeitas do time de feras que reúne Gary Oldman (Sirius), Ralph Fiennes (Voldemort), Maggie Smith (McGonnal), Fionna Shaw (Petúnia), Julie Walters (Sra. Wesley), Jason Isaac (Lúcio Malfoy), Michael Ganbom (Dumbledore), Alan Rickman (Spane) e até uma Emma Thompson (Sibilla) que participa pouco, mas briga. A surpresa veio com Imelda Staunton, que conseguiu deixar sua vilã Dolores Umbridge ainda mais irritante do que no livro.

A menina Emma Watson, que faz Hermione, brilha cada vez, preparando-se sem dúvida para ser uma grande estrela. Rupert Grint, o Rony, está cada vez melhor, mas teve pouca chance de se mostrar desta vez. E Daniel Radcliffe dá conta do recado como protagonista, mas fica aquém dos seus colegas.

Do ponto de vista do leitor de Harry Potter, a tragédia sofrida pelo protagonista fica muito pequena no filme, assim como a participação das divertidas Luna Lovegood e Tonks, que poderiam saltar aos olhos como no livro. Em compensação, a atmosfera criada para Bellatrix Lestrange faz dela uma vilã bem assustadora e impressionante, ajudada pela interpretação de Helena Bonham Carter.

O diretor David Yates faz um belo trabalho, ficando perto da competência de Alfonso Cuarón, diretor do terceiro filme. Assim, "Harry Potter e a Ordem de Fênix" funciona muito bem como a aventura fantasiosa a que se propõe e se aproxima de um público mais jovem e menos infantil.