Thursday, September 21, 2006

Fórmula velha, mas eficiente


Na contramão da nova tendência de filmes realistas que trocam a fantasia por um enredo próximo ao real, “Dália Negra” retorna aos anos 40, não apenas na história apresentada no filme, mas em toda a sua concepção. Desde a primeira cena, o espectador mergulha na década longínqua e tem a impressão de estar assistindo uma produção de 60 anos atrás, mas com modernos efeitos de câmera e uma qualidade indiscutível.
O diretor Brian De Palma reconstitui uma Hollywoodland excitante, onde tudo pode acontecer. Do narrador à trilha sonora, tudo contribui para a atmosfera antiga e deslumbrante do meio do século, onde aspirantes a atriz faziam de tudo para conseguir um papel no cinema, conquistar fama e fortuna e se tornar uma grande diva.
A produção começa com policiais boxeadores lutando como se fossem super-heróis. Sr. Gelo e Sr. Fogo, como são apelidados, rapidamente ganham importância e um caso: uma aspirante a atriz assassinada. Começa então uma corrida atrás de pistas. Enquanto o protagonista Bucky vai trilhando um caminho perigoso e envolvendo-se com a filha de um poderoso milionário, o parceiro dele, Lee, beira a loucura em uma obsessão por resolver o crime. No meio de tudo, a sensual Kay, teme pela vida do namorado Lee e aproxima-se de Bucky.
Scarlet Johansson acerta o ponto exagerado como pedem as grandes divas de 40. Josh Hartnett funciona bem como ator principal, em uma interpretação normal. E Hillary Swank faz com que o público esqueça que ela não foi provida com muita beleza e consegue passar uma imagem sexy na ótima interpretação e caracterização.
De Palma acerta na condução, mas a ansiedade toma conta do final, quando uma série de revelações excita mas confunde. O roteiro cheio de surpresas é bem amarrado, mas a idéia de deixar restrito à última hora do filme acaba não sendo tão eficiente.
A atmosfera bem ao estilo de filmes de gângster faz com que “Dália Negra” seja um exemplo do bom e velho “cinemão”. Mesmo trazendo pouca inovação, o filme explica porque ainda gostamos dos clássicos.

3 comments:

Mateus Nagime said...

Ptz, achei justamente isso do filme. Bom, mas nem tanto. O final acho que estragou... seria mais interessante até terminar sem conclusão imediata, ou já que tem de ter, ir plantando aos poucos... A Swank mesmo só aparece em tela depois de 1 hora de filme.

Você viu na cabine? Eu tava lá também. Amanhã eu vou ver "Esboços por Frank Gehry" (EUA, do Pollack) no Espaço Botafogo, "Uma Coisa Toda Nova" (CAN), "11 homens dentro do campo e fora do armário" (ISL) no Palácio, "Ruído" (URU) e "Nós Alimentamos o MUndo" (AUT) no Unibanco. Vou botar a programação dos filmes que eu vou ver no blog, se tiver alguma sessão que combina me fala para a gente tentar se encontrar. Uma coisa bem legal do festival é conhecer gente nova. Abraços!

Anonymous said...

Phil,
acho muito boa a observação a respeito do final apressado em conclusões. Talvez seja o ponto fraco, mas está longe de ser um filme dispensável (como concordamos). Muito bacana o seu texto porque explica a trama. Abraço! Edu

hugo léo said...

To afimzassso de assistir esse. Festival do Rio né?? Assistiu e vei correndo pro Blog, rs.


Abraço.